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Sófia, a capital da Bulgária e lar de belíssimas igrejas ortodoxas.

Atualizado: 6 de jul. de 2022

Um roteiro de um dia e meio em uma capital européia barata, com uma história riquíssima e ainda pouco explorada por turistas.

Sófia é a capital e a mais populosa cidade da Bulgária com aproximadamente 1,2 milhão de habitantes. A cidade é também uma das mais antigas da Europa, existindo desde muitos milênios antes de Cristo e sendo conhecida no passado pelo nome: Sérdica. A cidade, apesar de estar localizada no continente europeu, tem um ar bastante diferente do encontrado nos tradicionais destinos turísticos da Europa. Sua arquitetura é muito bonita e contrasta os diferentes periodos históricos vividos pela cidade. Um destaque muito positivo é a beleza das igreja ordoxas existentes em Sófia, além da boa infraestrutura remanescentes do período comunista, com ruas largas e construções imponentes. Por outro lado, verificamos na cidade uma grande quantidade de prédios abandonados, reflexo da acima da média redução de população sofrida pela Bulgária, realçada com o ingresso do país na União Européia.

Em Sófia, tivemos a oportunidade de conversar com vários búlgaros em restaurantes, lojas... e devo dizer que nossa experiência com o povo búlgaro foi relativamente boa, mesmo sendo as pessoas muito mais fechadas e até mais ríspidas quando comparamos com o padrão brasileiro. Muitos no país não falam qualquer palavra em inglês, entretanto notamos em geral um esforço das pessoas em tentar nos entender. Ao mencionarmos nosso país de origem (o Brasil), logo escutamos em respota os nomes dos principais jogadores da história do futebol brasileiro, como Pelé, Ronaldo, Romário e até Neymar.


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Chegamos ao aeroporto de Sófia, o maior e mais importante da Bulgária, já no final de tarde de uma sexta-feira, e após levantarmos o carro que havíamos previamente reservado pelo aplicativo da Rentalcars (35€ para três diárias), tomamos a direção de nosso hotel, para então começarmos oficialmente nosso roteiro em terras búlgaras. O tempo não estava bom naquele dia e como o sol já se punha no horizonte, decidimos por deixar o início da exploração da cidade para o dia seguinte, indo direto ao apartamento nos prepararmos pra sair curtir uma balada em um dos clubes da cidade. Após rápida pesquisa na internet (para saber aonde ir), banho tomado e um lanchinho no apartamento mesmo, já esperavamos um táxi para conhecer o Carrussel Club, a mais famosa boate de Sófia. O local é muito bonito e os Coquetéis muito gostosos e bem elaborados, porém a entrada de 15 Levs por pessoa e o valor das bebidas está bastante fora do que experienciariamos no país nos próximos dias.

No dia seguinte, como de costume, acordamos cedo, mesmo tendo curtido a noite anterior até 2 horas manhã. Por volta das 7:30, já caminhávamos em direção a mais famosa atração de toda Bulgária, a Catedral de Alexandre Nevsky, uma das maiores igrejas ortodoxas do mundo, com capacidade para acomodar 5 mil pessoas em seu interior. Teve sua construção iniciada em 1882 em homenagem aos soldados russos mortos na Guerra Russo-Turca. No interior da Catedral se encontra uma relíquia (pedaço de osso da costela) do santo ortodoxo Alexander Nevsky, que dá nome à igreja. As cúpulas inferiores de cobre com cor esverdiada e as cúpulas superiores banhadas em ouro e com um dourado brilhante, certamente fazem desta uma das igreja mais lindas do mundo. O acesso ao interior da igreja é gratuito, porém é cobrada uma taxa dos que desejam tirar fotos.

Catedral de Alexandre Nevsky

A poucos passos da Catedral de Alexandre Nevsky, chegamos ao nosso segundo ponto de visitação, a Igreja de Santa Sofia, responsável por dar nome à cidade de Sófia ainda no século XIV. Está igreja não ostenta do glamour de sua vizinha famosa, sendo bem mais modesta, porém muito mais antiga, tendo sua construção se iniciado há mais de 1600 anos, no século IV.

Igreja de Santa Sofia


A religião católica ortodoxa é dividida em algumas ramificações, que em geral dependem do país em que é praticada. Em Sófia, e na Bulgária como um todo, a grande maiorias das igrejas pertencem a Religião Ortodoxa Búlgara, porém cerca de alguns minutos de caminhada da Igreja de Santa Sófia, outra igreja chama a atenção por pertencer a Religião Ortodoxa Russa. Chegamos então à Igreja de São Nicolau, o Milagroso, também conhecida por Igreja Russa de Sófia. Essa igreja, cuja construção se iniciou em 1907, é mais uma das deslumbrantes igrejas que encontramos na cidade, principalmente devido ao fato de suas cinco cúpulas serem banhadas a ouro.

Igreja Russa de Sófia


Dali partimos em direção ao Teatro Nacional Ivan Vazov, construído em 1904 e nomeado em homenagem ao famoso escritor búlgaro Ivan Vazov. A fachada do teatro é muito linda e instagramável, com destaque para as colunas em estilo jônico na parte da frente do edifício que abriga o teatro.

Teatro Nacional Ivan Vazov


Ainda antes do meio dia, tivemos tempo para conhecer a Igreja dos Sete Santos (Sveti Sedmochislenitsi). Inicialmente o prédio que abriga hoje esta igreja, era uma mesquita, chamada de Mesquita Negra e construída em 1528, quando os Otomanos dominavam a região. Com a derrota dos Otomanos para o exército russo em 1878 a mesquita foi abandonada, sendo que apenas no ano de 1901 iniciou-se a adequação do prédio para abrigar a atual igreja ortodoxa. Da antiga mesquita ainda remanesce a grande cúpula central.

Igreja dos Sete Santos


Para almoçar, escolhemos uma das mais conhecidas redes de restaurantes da Bulgária, a Happy Bar & Grill. Para os amantes de carne, opções não faltam nesse restaurante, e os preços são muito bons.

Comida búlgara


Após o almoço, optamos por conhecer outros famosos ponto turístico da Bulgária, mais afastados do centro da cidade de Sófia, mas continuo essa história em um próximo post... Pulemos então para nosso último dia na Bulgária, quando mais uma vez resolvemos explorar a capital Sófia e conhecer os pontos turísticos que não havíamos visitado no primeiro dia.

Logo cedo pela manhã saímos do apartamento alugado e nos dirigimos ao local que talvez seja o maior símbolo da época comunista em Sófia, o Largo. Nessa praça se encontra um imponente edíficio, popularmente conhecido como Party House, que era a sede do Partido Comunista da Bulgária, quando este assumiu o comando do país em 1946, auxiliado pelas tropas do Exércio Vermelho da Rússia. Esse partido governou o país até 1989, ano em que a Bulgária deixou o regime socialista. No topo do edifício existia uma grande estrela vermelha, substituída então por uma bandeira da Bulgária. Atualmente o prédio é utilizado para abrigar escritórios do parlamento búlgaro.

Party House


Logo em frente a antiga sede do Partido Comunista, descemos as escadas do metrô da cidade, para adentrar o Complexo Arqueológico da Antiga Serdica. A cidade de Sófia durante o primeiro século antes de Cristo era conhecida pelo antigo nome de Serdica. Com a conquista da cidade pelos romanos por volta do ano 29 a.C., a cidade foi rapidamente se tornando a mais importante da região. Durante obras de excavação para expansão do metrô da cidade, antigas ruínas da época romana foram encontradas e podem ser admiradas por turistas e moradores que utilizam o transporte subterrâneo da cidade.

Complexo Arqueológico da Antiga Serdica


Ainda no complexo do Largo, encondida entre prédios públicos relativamente modernos, encontramos a construção mais antiga de Sófia, datando do século IV, a Igreja São Jorge Rotunda (Rotonda Sveti Georgi). E atrás da igreja, mais ruínas da época da antiga Serdica.

Igreja São Jorge Rotunda


Mais alguns passos no Largo e chegamos à Igreja de Santa Petka dos Seleiros (Sveta Petka Samardzhiyska), uma igreja ortodoxa construída provavelmente no século XVI em homenagem à Santa Petka (ou Santa Parasqueva), que viveu durante a idade média e era conhecida em tempos antigos nos Balcãs como a patrona dos seleiros (fabricantes de selas para cavalo).

Igreja de Santa Petka dos Seleiros


Ainda no Largo, durante a época comunista, uma grande estátua do antigo líder da União Soviética, Lenin podia ser vista, no topo de um pedestal. Com a queda do regime comunista, a estátua foi derrubada e, no ano de 2000, uma Estátua de Santa Sofia (Statuya na Sveta Sofiya), a padroeira da cidade, foi colocada no local. Desde então a estátua vem sendo bastante criticada pelos moradores de Sófia, por parecer um tanto vulgar para uma santa. Além disso, dizem que a estátua se parece com a esposa do então prefeito da cidade da epóca de sua construção.

Estátua de Santa Sofia


Sófia é considerada uma cidade símbolo da tolerância religiosa, e isto se deve em grande parte ao fato de, em um raio de poucos metros, estarem localizados templos de quatro diferentes religiões. Este local é conhecido como Quadrado da Tolerância, e engloba a Igreja Ortodoxa de Santa Nedelya, a Catedral Católica Romana de São José, a Sinagoga Judaica de Sófia e a Mesquita Islâmica Banya Bashi.

O primeiro templo religioso do Quadrado da Tolerância a visitarmos foi a Igreja de Santa Nedelya (Sveta Nedelya), construída provavelmente durante o século X. Uma história bastante triste ocorreu no ano de 1925 nessa igreja, durante o funeral de um militar, integrante do partido Aliança Democrática, que governava a Bulgária na época. Esse militar teria supostamente sido assassinado a mando de uma organização militar do Partido Comunista da Bulgária, de forma a servir de isca para reunir vários lideres do governo dentro da igreja, onde um atentado a bomba seria realizado. No dia do funeral, bombas explodiram o teto da igreja, culminando na morte de 150 pessoas, além de 500 feridos. Após o atentado, houve forte retaliação e aproximadamente 450 comunistas foram executados sem direito a julgamento.

Igreja de Santa Nedelya


Já o segundo templo religioso foi a Catedral de São José (Sveti Yosif). Está é uma das poucas igrejas católicas romanas de Sófia, visto que na Bulgária a esmagadora maioria da população é cristã otodoxa. A igreja foi inaugurada em 2006, no local onde existia outra igreja, destruída por forças aliadas na Segunda Guerra Mundial.

Catedral de São José


Dali, caminhamos em direção a Sinagoga de Sófia, que teve sua construção iniciada em 1905 e concluída em 1909, com capacidade para 1300 pessoas. Historicamente a Bulgária já teve uma população relativamente grande de Judeus, sendo que estudos mostram que mesmo tendo o país sido aliado da Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, os quase 50 mil judeus que habitavam terras búlgaras na época, não foram entregues à custódia alemã pelo governo búlgaro (então liderado pelo Czar Boris III) e por esse motivo, foram salvos dos campos de concentração. Atualmente estima-se que menos de 2 mil judeus vivam na Bulgária, devido a forte diáspora ocorrida após a Segunda Grande Guerra.

Sinagoga de Sófia


Por fim a Mesquita Banya Bashi, construída no ano 1566, quando os Otomanos detinham o poder sobre os territórios búlgaros. Com a derrotado dos Otomanos para o exército russo e a libertação da Bulgária, grande parte das mesquitas que existiam em Sófia foram desativas, sendo a Mesquita Banya Bashi, a única ainda em atividade na cidade. Atualmente cerca de 10% da população búlgara tem como religião o Islâmismo.

Mesquita Banya Bashi


Após conhecer os templos do Quadrado da Tolerância, caminhamos até o Museu de História de Sófia. Esse museu funciona desde de 2015 no antigo prédio (do ano 1908), que alojava os Banhos Minerais de Sófia. Optamos por não conhecer o museu e apenas tirar algumas fotos em seu exterior. A entrada no museu custa 6 levs por pessoa.

Museu de História de Sófia


Logo ao lado do Museu de História de Sófia, existem algumas bicas das quais jorra água termal. Segundo o que havíamos lido, essa água além de potável faz bem a saúde, por possuir alguns minerais, fato confirmado pela presenta de vários locais enchendo seus galões por ali. Obviamente que tomamos alguns goles para experimentar, apesar da água sair bastante quente das bicas.

Aguas Termais de Sófia


O final da tarde se aproximava, e com ele a hora de nos dirigirmos ao aeroporto para retornar à Alemanha. Pegamos então o carro do estacionamento do Hotel, e antes de concluir nosso roteiro ainda tivemos um tempinho de fazer uma rápida parada em um último ponto da cidade, o Palácio Nacional da Cultura. Esse prédio está localizado em uma bela praça, numa parte mais moderna da cidade e é utilizado para realização de diversos eventos. Em frente ao prédio, um letreiro com o nome da cidade, escrito nos alfabetos latino e cirílico, faz a alegria dos turistas que até ali chegam para tirar fotos.

Palácio Nacional da Cultura


Letreiro do Palácio Nacional da Cultura


E assim concluímos nosso roteiro por Sófia, uma cidade barata para os padrões europeus, pouco conhecida por turistas brasileiros e que com toda certeza do mundo merece uma visita.

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