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Bremen, uma histórica cidade no noroeste da Alemanha!

Atualizado: 20 de out. de 2022

Um roteiro de um dia em uma das cidades mais importantes da Liga Hanseática e lar dos Músicos de Bremen, história criada pelos Irmãos Grimm.

Bremen é uma cidade de aproximadamente 570 mil habitantes. É cortada pelo rio Weser e está localizada no estado alemão da Cidade Livre Hanseática de Bremen, juntamente com sua vizinha, a cidade de Bremerhaven, que abriga o quarto porto mais importante de toda Europa. Quem é fã dos Irmãos Grimm, assim como eu, certamente já ouviu falar da história dos Músicos de Bremen. E esse foi um dos principais motivos que me instigaram a visitar a cidade. Mas não só isso, como também seus importantes e preservados monumentos turísticos, que sobreviveram aos séculos, mesmo após os bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Além disso, Bremen possui forte tradição cervejeira, sendo a cidade sede de uma das principais marcas de cerveja da Alemanha, a Beck's. Por fim, mas não menos importante, a história desse local, que é riquíssima, fato que pudemos perceber ao caminhar pelo seu centro histórico.


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E por falar em história, a de Bremen remonta ao século I d.C., quando os primeiros povoados começaram a surgir na região. Porém, a cidade só foi ser fundada de fato por volta do século VIII, quando o sacro imperador romano Carlos Magno criou o bispado de Bremen. Em 1186, Bremen foi estabelecida como cidade imperial, pelo também sacro imperador romano, Barbarossa. Um dos mais importantes capítulos da história de Bremen ocorreu no ano de 1260, quando a cidade aderiu à Liga Hanseática, uma confederação formada por guildas de mercadores de várias cidades do centro e do norte da Europa, e que tinha como objetivo a cooperação comercial e de defesa militar. Foi a partir desse periodo, que Bremen vislumbrou de grande crescimento econômico e aumentou ainda mais sua importância na região. Mais tarde, durante a segunda guerra mundial, a cidade foi extensamente destruída pelas Forças Aéreas Inglesa e Americana, porém conseguiu se reerguer e se tornar em uma belíssima cidade, com certeza uma de minhas favoritas em toda a Alemanha.


Chegamos à cidade de Bremen em um sábado a noite do mês de Abril de 2022. Após fazermos o check-in em nosso hotel, bem localizado próximo ao centro histórico da cidade, e já famintos da longa viagem, decidimos caminhar até um animado local, o Schlachte. Esse local se localiza às margens do rio Weser, e conta com muitos bares e bons restaurantes, dentre os quais escolhemos a cervejaria Paulaner, para degustar da culinária alemã e beber algumas boas cervejas, antes de retornar ao hotel para descansar.


Comidas e cerveja típicas alemãs


No dia seguinte, como de costume, acordamos cedo e logo já nos dirigiamos ao mais importante ponto da cidade, a Praça do Mercado (Markplatz). Nessa praça estão localizadas as principais atrações de Bremen, sendo a mais importante delas a Prefeitura de Bremen (Bremer Rathaus). Esse edifício foi construído entre os anos 1405 e 1408 e teve sua arquitetura mantida praticamente intacta desde sua construção. No porão da prefeitura está instalado o Ratskeller, uma adega que guarda valiosos e antigos vinhos.

Praça do Mercado


Prefeitura de Bremen


Logo em frente à prefeitura está um dos símbolos da cidade de Bremen, o Rolando. Essa estátua de 5,5 metros de altura, erguida no ano de 1404, retrata um paladino lendário, companheiro do famoso sacro imperador romano germânico Carlos Magno. Segundo a lenda popular, a cidade de Bremen estará protegida, enquanto a Estátua de Rolando estiver de pé na Praça do Mercado. A Prefeitura de Bremen e a Estátua de Rolando foram declaradas patrimônios mundiais pela UNESCO em 2004. Esta é a única prefeitura do mundo a receber essa honraria.

Estátua de Rolando


Ainda na Praça do Mercado, mais um famoso símbolo da cidade, a Estátua dos Músicos de Bremen (Bremen Stadtmusikanten). Os Músicos de Bremen é um conto publicado pelos Irmãos Grimm no ano de 1819. Na história, um galo, um gato, um cachorro e um burro, já com certa idade e sendo maltratados por seus donos, decidem fugir para ganharem a vida como músicos na cidade de Bremen. Em homenagem a essa história, uma estátua de bronze dos quatro animais foi erguida na Praça do Mercado no ano de 1953, obra do artista alemão Gerhard Marcks. Inclusive diz a lenda, que terá sorte, quem tocar as duas patas dianteiras do burro ao mesmo tempo.

Estátua dos Músicos de Bremen


Outro belo monumento na Praça do Mercado é o edíficio das Casas Guildas, também conhecido como Schütting, inicialmente construído no século XVI e reconstruído na metade do século XX, após ter sido acometido por um incêndio no ano ano de 1944. Nesse edíficio desde o ano 1849 está instalada a Camâra de Comércio de Bremen.

Schütting


Duas importantes igrejas estão localizadas na Praça do Mercado: a Catedral de Bremen (Bremer Dom) e a Igreja de Nossa Senhora (Kirche Unser Lieben Frauen). A Catedral de Bremen é uma imponente igreja protestante de 98 metros de altura. Homenageia o apóstolo Pedro, e por esse motivo é também conhecida como Catedral de São Pedro (St. Petri Dom). Sua construção se iniciou no século XI, passando por inúmeras ampliações e revitalizações ao longo dos séculos. Segundo uma antiga tradição da cidade, as mulheres que chegarem aos trinta anos e que não tiverem se casado, devem polir as maçanetas da Catedral de Bremen. Já no caso dos homens, ainda solteiros após os 30, estes devem varrer as escadas dessa mesma igreja.

Catedral de Bremen


A Igreja de Nossa Senhora também é de religião protestante e é igualmente imponente com seus 84,2 metros de altura. Sua construção teve ínicio no século XI, sendo do século XIII a maior parte do atual edifício.

Igreja de Nossa Senhora


Já saindo da Praça do Mercado, ingressamos em uma das rua mais charmosas de Bremen, a Böttcherstraße. Essa pequena rua de apenas 108 metros, ganhou importância quando um comerciante de café chamado Ludwig Roselius começou a comprar as casas da rua e a transformá-las, utilizando um estilo arquitetônico bastante peculiar, chamado de expressionismo de tijolo. A primeira propriedade na Böttcherstraße adquirida por Roselius foi a casa de número 6, utilizada para instalar empresa de Roselius, Kaffee HAG, que é conhecida por ser a primeira do mundo a produzir café descafeínado. Atualmente a casa abriga o Museu Ludwig Roselius.

Böttcherstraße


Casa de número 6, na Böttcherstraße


Nas décadas de 1920 e 1930, Roselius foi construindo e remodelando casas na Böttcherstraße. Uma das mais interessantes que observamos ao longo da rua, foi a casa de número 4, conhecida como Casa dos Carrilhões (Haus des Glockenspiels), famosa por seus 30 sinos de porcelana. Atualmente o local abriga um centro de informações turísticas.

Casa dos Carrilhões


Após cruzar por completo a Böttcherstraße e caminhar por algumas centenas de metros às margens do Rio Weser, chegamos ao Schnoor, o bairro mais antigo e (na minha opinião) interessante da cidade. Nesse local, durante a idade média, viviam barqueiros, pescadores e artesãos e eram produzidos cordas, cabos e correntes, utilizados principalmente em barcos. Essa é a origem do nome Schnoor, que significa corda em alemão antigo. A arquitetura do bairro é bastante bonita, sendo possível encontrar edifícios que datam desde o século XV até o século XX, e que contribuem muito aos turistas que buscam aquela foto instagramável. Além disso, atualmente no Schnoor é possível encontrar várias oficinas de artesanatos, pequenas galerias e divertidos bares e restaurantes.

Bairro Schnoor


Rua Schnoor, a principal rua do Bairro Schnoor


Depois de deixarmos o Schnoor, atravessamos o Bairro Viertel, mais moderno e com muitas lojas, cafés e restaurantes, porém sem grandes monumentos turísticos. Chegamos então ao mais famoso parque de Bremen, o Parque Muralhas (Wallanlagen). Esse parque, localizado bem no centro da cidade, possui muitas áreas verdes, e se destaca por possuir uma espécie de lago em zigue-zague, que formava o antigo fosso de proteção e acompanhava o formato das antigas muralhas da cidade. Muralhas essas construídas principalmente no século XIII e que ali existiram até começarem a ser demolidas no início do século XIX. O parque é um excelente local para relaxar e por ali ficamos por um tempo, caminhando em meio às árvores, descansando e admirando os patos que nadam no lago do antigo fosso.

Parque das Muralhas


Caminhando pelo parque, chegamos a um grande Moinho de Vento (Mühle am Wall), construído em 1833 e renovado em 1898, após ser acometido por um incêndio. Esse belo moinho foi utilizado para moer grãos até o ano de 1942 e atualmente abriga um café em seu interior. Em frente ao moinho é mantido um belo jardim, com coloridas flores, que garantem aos turistas fotos bastante instagramáveis.

Moinho de Vento


Já havia passado algumas horas do meio-dia e ainda não haviamos comido nada desde o café da manhã. Deixamos então o parque e voltamos ao Schlachte, local onde havíamos jantado na noite anterior, para novamente comer algo típico da Alemanha. Escolhemos novamente a Cervejaria Paulaner (que confesso ser uma de minhas marcas favoritas de cerveja alemã), mas desta vez sentamos em uma mesa externa, bem próxima ao rio Weser.

Currywurst, prato tradicional alemão


E para encerrar nosso roteiro em Bremen, cruzamos uma das principais pontes da cidade, a Ponte Prefeito Smidt (Bürgermeister Smidt Brücke). Do local é possível ver a fábrica da mais famosa cerveja de Bremen e uma das mais famosas de toda Alemanha, a Beck's, fundada no ano 1873. É possível realizar um tour na Fábrica da Beck's, porém como era domingo, e grande parte das lojas, restaurantes... fecham aos domingos na Alemanha, infelizmente não pudemos fazê-lo. Entretanto, após esse delicioso dia vagando pela cidade, conhecendo seus monumentos, histórias e belezas, temos a certeza que um dia voltaremos a Bremen, e quem sabe degustaremos então uma Beck's diretamente da fonte!

Fábrica da Cerveja Beck's vista da Ponte Prefeito Smidt

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